Síntese produzida pelos Concurseiros de Serviço Social
baseada no texto de Giovani Alves
Uma análise da década de 1990, a década neoliberal no Brasil, evidencia o
aprofundamento da desigualdade social no país que apresenta com uma de suas principais
características a deterioração dos indicadores de renda do trabalho, onde
aumentou os índices de desemprego principalmente nas regiões metropolitanas e
a precarização objetiva e subjetiva da força de trabalho.
A década de 1990 caracterizou-se por uma elevada oscilação no nível de
atividade e taxas de expansão da economia próximas do ritmo de variação da
população, onde apesar do crescimento econômico no ano de 1994 verificou-se
uma grande perda de postos de trabalho.
Cenários da reestruturação
capitalista: a “década neoliberal” no Brasil
1990-1993:
neoliberalismo selvagem
Em 1990 com o fracasso dos Planos Collor
I e II a economia brasileira sofre uma profunda recessão onde o PIB
brasileiro chega a cair cerca de 10% entre o ano de 1990 a 1992. Tal recessão
dá início ao que se denomina de “década neoliberal”. Collor em
consonância com o ideário neoliberal iniciou no país um processo de abertura
comercial a partir da eliminação de barreiras não-tarifárias às compras
externas e progressiva redução das alíquotas de importação, estratégia essa
que já havia sido iniciada no final do governo Sarney em 1988, o que foi
mantido por Collor e aprofundado em 1994.
Somado ao quadro acima exposto o governo Collor inicia um programa de Reforma
do Estado, que trazia como principal elemento a privatização. No entanto com
a incapacidade de Collor de estabilizar a economia e conduzir as reformas
neoliberais ele foi aos poucos perdendo o apoio da burguesia brasileira e,
posteriormente, devido denúncias de corrupção, teve o seu impeachment em
1992. A partir disso assume o poder o governo Itamar Franco que com o Plano
Real mostrou uma boa capacidade na redução da inflação. E em 1994 foi eleito
como presidente Fernando Henrique Cardoso.
1994-1997: o
neoliberalismo claudicante
Com o governo Fernando Henrique Cardoso
constitui-se uma nova hegemonia burguesa no país resultante de uma coalizão
política liberal-conservadora capaz de articular a elite brasileira em torno
de um programa econômico voltado para a estabilização monetária e para a
reforma do Estado capitalista.
Nesse momento o Brasil passa pelo processo de reestruturação produtiva e
disso decorre o aumento do desemprego aberto, que resulta também da adoção de
políticas neoliberais que provocaram o desmonte das cadeias produtivas da
indústria nacional.
1997-2000: a nova crise
da globalização
A partir de julho de 1997 ocorreu uma
alteração qualitativa na conjuntura da economia brasileira devido à nova
“crise da globalização”. Esta crise impactou no mundo do trabalho, no Brasil,
com o aumento do desemprego e do trabalho informal.
A Degradação da
objetividade (e subjetividade) do trabalho no Brasil
No Brasil, enquanto o cenário
econômico é marcado por uma descontinuidade de conjunturas na economia
capitalista evidenciadas pelas oscilações no PIB no mundo do trabalho, o que
se apresenta é um contínuo processo de degradação, tanto em sua dimensão
objetiva quanto em sua dimensão subjetiva.
A “década neoliberal” apesar de sua instabilidade representou para a economia
brasileira um aumento no volume dos negócios, principalmente e sua relação
com o capital financeiro. Por outro lado as políticas neoliberais juntamente
com a reestruturação produtiva conseguiram alterar a dinâmica da
sociabilidade do trabalho no Brasil, operando um processo de degradação tanto
em seu aspecto objetivo que diz respeito a sua materialidade da organização
do processo de trabalho, quanto em seu aspecto subjetivo que diz respeito à
consciência de classe.
A contínua degradação no mundo do trabalho que se operou durante a “década
neoliberal” ocasionou uma série de transformações estruturais na objetividade
e subjetividade da classe trabalhadora no Brasil, apresentado reflexos
significativos na organização sindical e nos movimentos urbanos e rurais.
Como principais características desse processo de transformação da
objetividade (e subjetividade) do mundo do trabalho no Brasil, ocorrida na
“década neoliberal” o desenvolvimento de um processo de reestruturação
produtiva e a emergência de um novo (e precário) mundo do trabalho marcado
pela precarização social relativa (e absoluta), objetiva e subjetiva.
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