sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Síntese do texto “A saúde no Brasil: Reforma Sanitária e a ofensiva neoliberal”


Síntese do texto :
“A saúde no Brasil: Reforma Sanitária e a ofensiva neoliberal”  

Maria Inês Souza Bravo e Maurílio Castro de Matos




Apresentação

            O texto tem como objetivo caracterizar a política de saúde no país na década de 90, bem como enfatizar a tensão existente entre dois projetos antagônicos que são: o Projeto de Reforma Sanitária e o Projeto de Saúde articulado ao mercado ou privatista. Ressalta-se ainda os impactos da contrarreforma do Estado na Saúde e as proposições e normatizações

            Apesar da consolidação da saúde como direitos de todos e dever do Estado tal como declarado pela Constituição a saúde atravessa um  momento difícil em relação a consolidação do Projeto de Reforma Sanitária. Em primeiro lugar pois, inicialmente as proposições da ideia de saúde como direito social e do SUS foram rejeitados pelos setores conservadores da sociedade. Em segundo lugar pois surgem propostas que objetivam normatizar a contrarreforma da saúde. 


A saúde no Brasil na década de 90


Projetos em disputa:

   Desde a década de 70, a sociedade contemporânea atravessa um a crise econômica             que culminou com a crise do Estado de bem-estar social e com a crise do socialismo real.
  Nesse cenário considera-se que no Brasil encontram-se dois projetos societários antagônicos: um projeto de uma sociedade que se fundamenta por uma democracia restrita que reduz os direitos sociais e políticos; o outro projeto de uma sociedade que se fundamenta na democracia de massas defendendo a ampla participação social.  Esses projetos societários apresentam impactos na saúde em dois projetos distintos o de Reforma Sanitária e o privatista.

   O Projeto de Reforma Sanitária, construído na década de 80, apresenta como uma de suas estratégias o Sistema Único de Saúde – SUS sendo resultado de lutas e mobilizações dos profissionais de Saúde juntamente como os movimentos populares. Sua preocupação central é assegurar que o Estado atue em função da sociedade, pautando-se na concepção de Estado Democrático e de direito, responsável pelas políticas sociais e, por conseguinte, pela saúde.

    O Projeto de Reforma Sanitária traz em sua proposta alguns aspectos: a democratização do acesso, a universalização das ações, descentralização, melhoria da qualidade dos serviços com adoção de um novo modelo assistencial baseado na integralidade e na equidade das ações. A premissa básica do Projeto de Reforma Sanitária é a concepção de Saúde como um direito de todos e dever do Estado.

   Outro aspecto significativo no Projeto de Reforma Sanitária diz respeito a nova relação proposta entre o Estado e a Sociedade, em que é incentivado a participação de novos sujeitos sociais no processo decisório das políticas setoriais, através de mecanismos como os Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde, sendo eles de fundamental importância na gestão da política de saúde. No entanto o Projeto de Reforma Sanitária vem sendo questionado na atual conjuntura brasileira apresentando-se como uma proposta contra-hegemônica.

  O Projeto de Saúde articulado ao mercado ou de reatualização do modelo médico assistencial privatista fundamenta-se no ajuste neoliberal apresentando como principais tendências: a contenção dos gastos com a racionalização da oferta, a descentralização com a crescente desresponsabilização do papel do estado e a focalização das ações.

  O papel do Estado nesse projeto “consiste em garantir um mínimo aos que não podem pagar, ficando para o setor privado o atendimento aos que têm acesso ao mercado”. Essa modificação encontra suporte num momento de mudanças na função do Estado como um todo que tende para a organização do Estado como um modelo gerencial objetivando o alcance da eficiência e da efetividade. A principal inovação é a criação de uma esfera pública não estatal que, embora exercendo funções públicas obedece às leis do mercado.

   Nesse projeto as propostas da reforma no campo da saúde são de focalização para o atendimento da população mais vulnerável oferecendo-se o básico me relação a saúde, ampliação da privatização, estímulo ao seguro privado, descentralização dos serviços em nível local, eliminação da vinculação de fonte com relação ao financiamento. O principal ponto de contradição do Projeto de Saúde articulado ao mercado como o Projeto de Reforma Sanitária diz respeito a universalização do acesso que é um dos principais aspectos defendidos pelo Projeto de Reforma Sanitária e que sofre grande resistência dos formuladores do projeto voltado para o mercado.

   A premissa sob a qual fundamenta-se a proposta do Projeto de Saúde articulado com o mercado é uma concepção individualista fragmentadas da realidade em contraposição às concepções coletivas e universais do projeto contra-hegemônico. Esse projeto possui como estratégia a transferência de responsabilidades do Estado para a sociedade com ênfase na refilantropização que culmina na desprofissionalização das ações através da utilização de agentes comunitários.


Panorama da Política de Saúde:


   Na década de 90 o governo brasileiro apresenta quatro gestões do Executivo nacional que se inicia com Fernando Collor de Mello, que é o primeiro a tentar implementar o projeto neoliberal, porém este é afastado pelo impeachement, assumindo o governo o seu vice Itamar Franco, que tem como importante aspecto a implantação do Plano Real que sustenta um projeto político hegemônico. Em 1995 assume o presidente Fernando Henrique Cardoso, que teve sua eleição consolidada devido ao aparente êxito do Plano Real. E, em 1999, inicia-se um novo mandato do mesmo presidente. A partir dessas diferentes gestões apresentam-se diferentes momentos de desenvolvimento da Política de Saúde no país.

   O primeiro momento que ocorre no governo Collor não se apresenta um projeto um projeto político de saúde, ocorrendo um boicote a implantação do SUS, manifestadas através de propostas de Emendas Constitucionais para a comercialização de sangue e seus hemoderivados. Apesar disso alguns avanços no campo da saúde podem ser percebidos como a aprovação da lei 8.080/90 de da lei 8.142/90 que juntas formas as leis orgânicas da saúde. Nesse período ainda ocorre a realização da IX Conferência Nacional de Saúde que defende o SUS como modelo ideal para a política de saúde no país e o primeiro espaço em que se defende o impeachement do presidente.

     O segundo momento que ocorre no governo Itamar Franco, compreende dois momentos distintos. Um sob a gestão de Jamil Haddad que significa um freio no sucateamento do setor de saúde com propostas para o fortalecimento do SUS e outro sob a gestão de Henrique Santilho que não apresenta propostas para avanços operacionais do SUS mas também não apresenta propostas contrárias. No período Itamar Franco ocorrem propostas que se articulam com o Projeto de Reforma Sanitária e com a IX Conferência com incentivo a influência da sociedade civil nos conselhos, a municipalização da saúde reconhecimento da diversidade de situações, experimentação de modelos alternativos estaduais e municipais e reativação de movimentos de cidadania. Nesse período tem-se a extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social -INAMPS, de acordo com o que propunha a Reforma Sanitária e a promulgação da Norma Operacional Básica – NOB/93 que cria as modalidades de municipalização da saúde, constituindo um avanço no processo de descentralização.

   O terceiro momento ocorre no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, especificamente nos dois primeiros anos na gestão do ministro Adib Jatene no qual não foi realizada nenhuma ação em relação ao desenvolvimento da política de saúde.

       O quarto momento ocorre no governo de Fernando Henrique Cardoso sob a gestão dos ministros José Carlos Seixas, Carlos César Albuquerque e José Serra onde pela primeira vez articula-se uma nova proposta no modelo de atenção à saúde.     

A contra-reforma do Estado e a Saúde


Considerações Gerais:

            A reforma do Estado é sustentada pelo aparente triunfo da ocorrência do fim dos estados sociais a partir do fim do Welfare State, do estado desenvolvimentista e do socialismo real.

            Segundo seus defensores o objetivo da Reforma do Estado é “ a condução de um Estado fortalecido, com finanças recuperadas e uma administração gerencial e eficiente, com vistas a superar a chamada administração pública burocrática, tendo como componentes básicos: a delimitação das funções do Estado, a redução do grau de interferência do Estado, o aumento da governança e da governabilidade”.


Impactos da Reforma do Estado em curso na Saúde:


            A reforma do Estado atinge o setor de saúde no terceiro núcleo que é o de serviços onde estariam inclusos os da saúde. O artigo de Bresser Pereira apresenta uma proposta de reforma para a assistência ambulatorial e hospitalar, a partir de três ações:

·        Uma descentralização com clara definição entre as atribuições do poder de decisão das três esferas de governo;

·   Montagem de um sistema integrado, regionalizado e hierarquizado composto por dois subsistemas. Um de entrada e controle, onde as portas de entrada seriam os postos de saúde e o Programa Saúde da Família – PSF, e outro de referência ambulatorial e especializada compostas pelas unidades de maior complexidade e especialização, em que o atendimento direto dar-se-ia apenas em situações emergenciais;

·         Montagem de um sistema de informações de saúde o DATASUS que controlará as despesas, avaliará a qualidade, irá gerar indicadores para a vigilância epidemiológica e medir os resultados obtidos.

A partir da Reforma do Estado alguns aspectos importantes colocam-se para o desenvolvimento da política de saúde no país. A Norma Operacional Básica de 1996 que regulamenta os planos e seguros de saúde e os preços os medicamentos, apresenta ainda clara ênfase ao Programa Saúde da Família que enseja a prioridade na atenção básica sem, porém, articular-se com a atenção secundária.

As regulamentações trazem explicitamente uma contradição que é a regulamentação da ação do capital estrangeiro na saúde, mas ao mesmo tempo naturaliza a concepção de cidadão consumidor, rompendo como o conceito do Movimento de Reforma Sanitária, em que a saúde é um direito de todos e sua prestação é um dever do Estado. Assim as propostas de normatizações estão coerentes com a contra-reforma em curso no Brasil.

Proposições para o fortalecimento do 
Projeto da Reforma Sanitária

               Com a Reforma do Estado e suas implicações no desenvolvimento da política de saúde que se iniciou na década de 90 vem ocorrendo o processo de desconstrução das conquistas decorrentes das lutas da década de 80 em prol de lutas que se voltam para a satisfação de necessidades imediatas dos trabalhadores. Nesse processo as classes dominantes tem atuado na neutralização das formas de resistência da população.

               Nessa perspectiva o cidadão é dicotomizado em cliente e em consumidor. Cliente enquanto objeto das políticas públicas no qual e oferece o pacote mínimo previsto pelo Banco Mundial. E como consumidor a partir do acesso aos serviços de saúde oferecidos pelo Mercado.

              A resistência a esse projeto deve encaminhar-se a partir da defesa da democracia, da ampliação do Estado para a participação da sociedade nas políticas públicas e a socialização das informações.

              
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